Abstract: I have been researching letters written by different indigenous peoples and sent to Brazil and the world. In this research, I analyze the ways of writing of the indigenous people, their compositions, their ends, their repetitions, their movements to protest and repudiate for a living, their ways of producing global utopian images. I study and question who the indigenous people write for? I also ask what in these letters produces what I am calling utopian gestures. I work with the hypothesis that the indigenous letters are the utopian look, because they translate the political project of survival of a people to the world and because they are also in themselves critical and turned towards the projection of new possible social pacts. In this essay, I will present these ideas from reading the letters of the Munduruku People. I will demonstrate how the localized movement of a small social group can present utopian images of survival and resistance to the world.
Resumo: Há algum tempo pesquiso cartas escritas por diferentes povos indígenas e encaminhadas para o Brasil e para o mundo. Nesse estudo, analiso os modos de escrever dos indígenas, suas composições, seus fins, suas repetições, seus movimentos de protestar e repudiar para viver, seus modos de produzir imagens utópicas globais. Estudo e me pergunto: para quem escrevem os indígenas? Pergunto também o que nessas cartas produzem o que estou chamando de gestos de utopia. Trabalho com a hipótese de que as cartas indígenas são a própria mirada utópica, porque traduzem o projeto político de sobrevivência de um povo ao mundo e porque também são em si crítica e virada para a projeção de novos pactos sociais possíveis. Neste ensaio, apresento essas ideias a partir da leitura das cartas de um povo chamado de Munduruku, que vive na parte sul da Floresta Amazônica. Demonstrarei como o movimento localizado desse pequeno grupo social pode oferecer imagens utópicas de sobrevida e de resistência para o mundo.
Palavras chaves: gestos, utopia, povos indígenas, cartas, Brasil, mundo.
Bio: Suzane Lima Costa é Profa. Dra. do Instituto de Letras/ Universidade Federal da Bahia/ Brasil.
Thomas Project 5 (75-89)
Gestos de utopia no Sul Global: as cartas indígenas para o mundo / Gestures of Utopia in Global South: the indigenous letters to the World, pp. 75-89
Suzane Lima Costa
DOI: https://doi.org/10.17375/1516utopiasthomasproject/2021/5/5
Abstract: I have been researching letters written by different indigenous peoples and sent to Brazil and the world. In this research, I analyze the ways of writing of the indigenous people, their compositions, their ends, their repetitions, their movements to protest and repudiate for a living, their ways of producing global utopian images. I study and question who the indigenous people write for? I also ask what in these letters produces what I am calling utopian gestures. I work with the hypothesis that the indigenous letters are the utopian look, because they translate the political project of survival of a people to the world and because they are also in themselves critical and turned towards the projection of new possible social pacts. In this essay, I will present these ideas from reading the letters of the Munduruku People. I will demonstrate how the localized movement of a small social group can present utopian images of survival and resistance to the world.
Key Words: gestures, utopia, indigenous peoples, letters, Brazil, world.
Resumo: Há algum tempo pesquiso cartas escritas por diferentes povos indígenas e encaminhadas para o Brasil e para o mundo. Nesse estudo, analiso os modos de escrever dos indígenas, suas composições, seus fins, suas repetições, seus movimentos de protestar e repudiar para viver, seus modos de produzir imagens utópicas globais. Estudo e me pergunto: para quem escrevem os indígenas? Pergunto também o que nessas cartas produzem o que estou chamando de gestos de utopia. Trabalho com a hipótese de que as cartas indígenas são a própria mirada utópica, porque traduzem o projeto político de sobrevivência de um povo ao mundo e porque também são em si crítica e virada para a projeção de novos pactos sociais possíveis. Neste ensaio, apresento essas ideias a partir da leitura das cartas de um povo chamado de Munduruku, que vive na parte sul da Floresta Amazônica. Demonstrarei como o movimento localizado desse pequeno grupo social pode oferecer imagens utópicas de sobrevida e de resistência para o mundo.
Palavras chaves: gestos, utopia, povos indígenas, cartas, Brasil, mundo.
Bio: Suzane Lima Costa é Profa. Dra. do Instituto de Letras/ Universidade Federal da Bahia/ Brasil.