Thomas Project 5 (7-20)

Por uma utopia necessária / For a necessary utopia, pp. 7-20

Maria Constança Peres Pissarra

DOI: https://doi.org/10.17375/1516utopiasthomasproject/2021/5/1

Abstract: Although the genre “utopia” has a defined author, date and place of birth, the question of ideal society and its institutions as a privileged theme of political thought, has been present since classical antiquity, in Renaissance humanism and even today. The recurring question in the history of political philosophy remains current: if the observation of facts shows us the great contradiction between the desire for a happy life, on the one hand, and the eternal confrontation between men, on the other, it would be possible, after all, to build a way of collective life guided by understanding and social justice? To what need does utopia respond today? The need not to allow ourselves to be condemned to what is given as the only possible alternative. Perhaps this is the great lesson taught by Thomas More: as he makes clear in his text, it is not a question of thinking of utopia as a chimera to be realized, but as a paradigm to help us build concrete alternatives. The objective of this text is from the idea of territorialisation of utopia in the text of Moro to reflection required, today, of a pan-utopia.

Key Words: Thomas More, utopia, pan-utopia.

Resumo: Embora o gênero “utopia” tenha autor, data e local de nascimento definidos, a questão da sociedade ideal e de suas instituições como um tema privilegiado do pensamento político, está presente desde a antiguidade clássica, no humanismo renascentista e ainda hoje.  Continua atual a pergunta recorrente na história da filosofia política: se a observação dos fatos nos mostra a grande contradição entre o desejo da vida feliz, de um lado, e o eterno confronto entre os homens, de outro, seria afinal possível construir uma forma de vida coletiva pautada pelo entendimento e pela justiça social? A que necessidade responde a utopia hoje? À necessidade de não nos deixarmos condenar ao que está dado como a única alternativa possível. Talvez essa seja a grande lição ensinada por Thomas More: como deixa claro em seu texto, não se trata de pensar a utopia como uma quimera a realizar, mas como um paradigma a nos ajudar a construir alternativas concretas. O objetivo deste texto é partir da ideia de territorialização da utopia no texto de More para a reflexão necessária, hoje, de uma pan-utopia.  

Palavras-chave: Thomas More, utopia, pan-utopia.

Bio: Possui graduação em Filosofia pela Universidade de São Paulo, graduação em Língua Francesa – Université de Nancy I/III, mestrado em Filosofia pela Pontifícia Universidade Católica de São Paulo e doutorado em Filosofia pela Universidade de São Paulo. É professora do Departamento de Filosofia da Pontifícia Universidade Católica de São Paulo (PUC-SP). Tem experiência na área de Filosofia, com ênfase em Filosofia Política, atuando principalmente nos seguintes temas: liberdade, filosofia, natureza, ética e poder. Membro colaborador da edição do tricentenário das “Oeuvres complètes” de Jean-Jacques Rousseau, sob a direção de Jacques Berchtold, François Jacob e Yannick Séité – EDITIONS CLASSIQUES GARNIER – www.classiques-garnier.com. Coordenadora, junto com a Profa. Maria das Graças de Souza (USP) da organização do Tricentenário de Jean-Jacqes Rousseau no Brasil (setembro de 2012). Editora da revista Poliética: Revista de Ética e Filosofia Política. Vice-presidente da ABES 18 – Associação Brasileira de Estudos do Século XVIII. Vice-coordenadora do GT de Ética e Filosofia Política/GT Anpof, grupo de pesquisa PUC-SP e CNPq. Coordenadora do CER (Centro de Estudos Rousseau), grupo de pesquisa PUC-SP e CNPq