Abstract: This paper aims to articulate an “encounter” between operaismo (WRIGHT 2017 – in English literally “workerism”, but often referred to as “Autonomist Marxism”, from now on AM, highlighting a horizon of worker autonomy from capital) and World-Ecology (MOORE 2014 – from now on WE), that is, between two theoretical paradigms increasingly discussed globally, but until now never juxtaposed (§1). The purpose of the essay is to show that, although the two perspectives relate to the question of the (ecological) crisis in a very different way (§2), they can be effectively integrated if placed in communication on a different level, that of the historical-political analysis of the environmental issue (§3). From this plausible “convergence”—which is actually a rather demanding theoretical exchange, such as to require some renunciation of both positions—a political interpretation of the contemporary ecological crisis can finally emerge. Such interpretation is capable of questioning the relationship between capitalism and nature, avoiding the difficulties of both catastrophism and the elective affinity between the logic of profit and the logic of environmental protection.
Resumo: Este artigo visa articular um “encontro” entre o operaismo (WRIGHT 2017 – também designado como “marxismo autonomista”, doravante “MA”, termo que sublinha um horizonte de autonomia dos trabalhadores relativamente ao capital) e a Ecologia-Mundo (MOORE 2014 – doravante “EM”), ou seja, entre dois paradigmas teóricos cada vez mais discutidos a nível global, mas que, até ao momento, nunca tinham sido justapostos (§1). O objetivo deste ensaio é mostrar que, embora as duas perspetivas se relacionem com a crise (ecológica) de forma muito diferente (§2), podem ser integradas de forma eficaz, se a comunicação entre elas for feita a um nível diferente, ou seja, ao nível da análise histórico-política da questão ambiental (§3). A partir desta “convergência” plausível —na verdade, uma troca teórica bastante exigente, que exige algumas concessões a ambas as posições — pode finalmente vir à luz uma interpretação política da crise ecológica contemporânea. Esta interpretação é capaz de questionar a relação entre o capitalismo e a natureza evitando tanto as dificuldades do catastrofismo, como as afinidades eletivas existentes entre a lógica do lucro e a lógica da proteção ambiental.
Palavras-chave: Marxismo autonomista; Ecologia-Mundo; Teoria da Crise; Valor Negativo; Economia Verde; Ambientalismo da Classe Operária.
Bio: Emanuele Leonardi é investigador na Universidade de Bolonha e colaborador do CES – Centro de Estudos Sociais – da Universidade de Coimbra. Trabalha sobre ecologia política, ambientalismo operário e justiça climática. Entre as suas publicações mais recentes ‘Rethinking Basic Income’, Radical Philosophy 2.09, Winter 2020 (con Federico Chicchi) [https://www.radicalphilosophy.com/article/rethinking-basic-income]
Emanuele Leonardi è ricercatore presso l’Università di Bologna e collaboratore del CES – Centro de Estudos Sociais – dell’Università di Coimbra. Si occupa di ecologia politica, ambientalismo operaio e giustizia climatica. Tra le sue recenti pubblicazioni, ‘Rethinking Basic Income’, Radical Philosophy 2.09, Winter 2020 (con Federico Chicchi) [https://www.radicalphilosophy.com/article/rethinking-basic-income]
Thomas Project 5 (251-271)
Operaismo e Ecologia-Mundo: para uma teoria política da crise ecológica*, pp. 251-271
Emanuele Leonardi [Tradução de Rui Martinho]
DOI: https://doi.org/10.17375/1516utopiasthomasproject/2021/5/15
Artigo original em inglês: E. Leonardi, Autonomist Marxism And World-Ecology: For A Political Theory Of The Ecological Crisis, projectpppr.org, online, 18 march 2021: https://projectpppr.org/pandemics/autonomist-marxism-and-world-ecology-for-a-political-theory-of-the-ecological-crisis
Abstract: This paper aims to articulate an “encounter” between operaismo (WRIGHT 2017 – in English literally “workerism”, but often referred to as “Autonomist Marxism”, from now on AM, highlighting a horizon of worker autonomy from capital) and World-Ecology (MOORE 2014 – from now on WE), that is, between two theoretical paradigms increasingly discussed globally, but until now never juxtaposed (§1). The purpose of the essay is to show that, although the two perspectives relate to the question of the (ecological) crisis in a very different way (§2), they can be effectively integrated if placed in communication on a different level, that of the historical-political analysis of the environmental issue (§3). From this plausible “convergence”—which is actually a rather demanding theoretical exchange, such as to require some renunciation of both positions—a political interpretation of the contemporary ecological crisis can finally emerge. Such interpretation is capable of questioning the relationship between capitalism and nature, avoiding the difficulties of both catastrophism and the elective affinity between the logic of profit and the logic of environmental protection.
Key-words: Autonomist Marxism; World–Ecology; Crisis Theory; Negative Value; Green Economy; Working-Class Environmentalism.
Resumo: Este artigo visa articular um “encontro” entre o operaismo (WRIGHT 2017 – também designado como “marxismo autonomista”, doravante “MA”, termo que sublinha um horizonte de autonomia dos trabalhadores relativamente ao capital) e a Ecologia-Mundo (MOORE 2014 – doravante “EM”), ou seja, entre dois paradigmas teóricos cada vez mais discutidos a nível global, mas que, até ao momento, nunca tinham sido justapostos (§1). O objetivo deste ensaio é mostrar que, embora as duas perspetivas se relacionem com a crise (ecológica) de forma muito diferente (§2), podem ser integradas de forma eficaz, se a comunicação entre elas for feita a um nível diferente, ou seja, ao nível da análise histórico-política da questão ambiental (§3). A partir desta “convergência” plausível —na verdade, uma troca teórica bastante exigente, que exige algumas concessões a ambas as posições — pode finalmente vir à luz uma interpretação política da crise ecológica contemporânea. Esta interpretação é capaz de questionar a relação entre o capitalismo e a natureza evitando tanto as dificuldades do catastrofismo, como as afinidades eletivas existentes entre a lógica do lucro e a lógica da proteção ambiental.
Palavras-chave: Marxismo autonomista; Ecologia-Mundo; Teoria da Crise; Valor Negativo; Economia Verde; Ambientalismo da Classe Operária.
Bio: Emanuele Leonardi é investigador na Universidade de Bolonha e colaborador do CES – Centro de Estudos Sociais – da Universidade de Coimbra. Trabalha sobre ecologia política, ambientalismo operário e justiça climática. Entre as suas publicações mais recentes ‘Rethinking Basic Income’, Radical Philosophy 2.09, Winter 2020 (con Federico Chicchi) [https://www.radicalphilosophy.com/article/rethinking-basic-income ]
Emanuele Leonardi è ricercatore presso l’Università di Bologna e collaboratore del CES – Centro de Estudos Sociais – dell’Università di Coimbra. Si occupa di ecologia politica, ambientalismo operaio e giustizia climatica. Tra le sue recenti pubblicazioni, ‘Rethinking Basic Income’, Radical Philosophy 2.09, Winter 2020 (con Federico Chicchi) [https://www.radicalphilosophy.com/article/rethinking-basic-income ]
* No peer-reviewed contents